No seu 10º filme, Wes Anderson eleva à máxima potência sua incensada estética obcecada por imagens simétricas, colorido nostálgico, humor excêntrico e roteiro autoral com referências que mesclam cinema, literatura e memórias da infância.
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Desta vez, é o jornalismo literário a grande inspiração da história, que se passa na sucursal de um jornal estadunidense, numa fictícia cidade francesa, em meados do século 20.
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Anderson mora em Paris e o filme foi rodado na pequena Angolema. Na trama, a cidade ganha o irônico nome de Ennui-sur-Blasé, algo como "o tédio sobre a indiferença".
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A crônica francesa é descrita como uma "carta de amor ao jornalismo" e foi inspirada na The New Yorker, revista que o cineasta adora e lê desde os 16 anos.
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O enredo é dividido em quatro histórias da última edição do jornal fictício French Dispatch Magazine, após a morte de seu editor-chefe.
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Anderson costuma trabalhar com os mesmos atores em seus filmes. Em Crônica, não é diferente: Bill Murray, Frances McDormand, Adrien Brody e Owen Wilson estão de volta.
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Léa Seydoux, que fez um pequeno papel em O grande Hotel Budapeste (2014), depois do cineasta dirigi-la numa campanha da Prada, desta vez tem participação maior.
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A atriz interpreta a carcereira e musa de um artista criminoso, vivido por Benicio del Toro. Além dele, Timothée Chalamet, Lyna Khoudri e Elisabeth Moss atuam pela primeira vez num filme de Anderson.
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Considerado por boa parte da crítica internacional o filme mais ambicioso do cineasta em termos estéticos, Crônica alterna cenas em preto e branco e colorido, além de uma sequência em animação.
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Cult instantâneo, a produção entra para a lista dos sucessos que fizeram de Anderson um dos grandes nomes do cinema contemporâneo mundial, a começar pelo mais emblemático, Os excêntricos Tenenbaums.
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Tenenbaums, que completou 20 anos em 2021, é não só um marco cinematográfico dos anos 2000 como uma referência de moda. O cineasta, aliás, assinou o design do bar da Fundação Prada, em Milão.
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Com sete indicações ao Oscar, Anderson tem ainda no currículo títulos imperdíveis como A vida marinha com Steve Zissou (2004), Viagem a Darjeeling (2007) e a animação O fantástico sr. Raposo (2009).