Quando Karl Lagerfeld assumiu a direção criativa da Chanel, em 1983, se preocupou em resgatar alguns ícones da casa. Entre eles, a jaqueta clássica, que debutou nos anos 1950 e segue como referência de estilo atemporal até hoje.
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Mas quando foi lançada, a peça demorou um tanto para fazer sucesso entre as francesas. As consumidoras locais estavam em uma vibe mais romântica e pautada por valores femininos tradicionais.
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Desde sua estreia na moda, Chanel ficou conhecida pelo flerte com itens do guarda-roupa masculino. Suas criações em tecidos leves e fluidos representavam novidade e ruptura, uma nova representação da mulher na sociedade.
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A famosa jaqueta é a consumação dessa visão. Porém, em 1954, quando foi lançada, ela representou um contraponto desconfortável ao ideal de feminilidade em voga, principalmente na França.
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Na época, o New Look Dior estava no seu auge, com valores e silhuetas completamente opostos aos de Chanel. Tanto que a peça fez sucesso primeiro em Londres e Nova York, e, só mais tarde, em Paris.
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As jaquetas, a princípio pensadas para o dia e feitas de tecidos confortáveis, como lã, jérsei e tweed escocês, ganharam versões de noite, mais elegantes, em seda e lamê.
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Como uma de suas novidades, a peça não trazia entretela em sua estrutura. Em vez disso, a forma desejada era alcançada com costuras meticulosas e uma corrente dourada presa na parte interior da barra.
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A popularidade da peça sofreu com o crescimento dos movimentos da juventude dos anos 1960. Em Londres, por exemplo, a minissaia conquistou as ruas e, em Paris, a alta-costura perdeu espaço para o prêt-à-porter. Com a morte da estilista, em 1971, suas criações se silenciaram mais uma vez.
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Foi Karl Lagerfeld quem revitalizou o ícone. Na primavera de 1984, ele introduziu versões de jeans e, em 1991, com paetês. Ao longo dos anos 1990, também combinou com minissaias e calças de couro.
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Na temporada de alta-costura de verão 2008, uma versão enorme e de concreto foi construída no centro da passarela no Grand Palais, em Paris – uma das apresentações mais memoráveis da marca.
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Em 2011, ao lado da editora Carine Roitfeld, Lagerfeld comandou o lançamento de um livro todo dedicado à história e savoir-faire da peça, o The Little Black Jacket.
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Após a morte do estilista, em 2019, Virginie Viard decidiu apostar no visual tradicional da jaqueta, investindo em versões sofisticadas de cores sóbrias e marcando uma reaproximação à estética original da peça.