de niterÓi

MC CAROL

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Forjada nas ruas, nas favelas e nos bailes, MC Carol perseverou com orgulho em um país que todos os dias aniquila talentos brilhantes em decorrência do racismo, da gordofobia e do machismo.

Por: Isis Vergilio
Fotos: Vivi Bacco

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No Morro do Preventório, em Niterói, Carolina de Oliveira teve uma infância protegida pelos avós, mas foi expulsa de casa após a morte do avô. Morando sozinha em um barraco, ela diz que foi “salva pelo funk”.

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"Do dia pra noite, tudo mudou. Tive que largar a escola e viver de bico. Todos falavam que eu não ia durar muito, e aí o funk entrou na minha vida. Aos 15, a parada viralizou, com 16, eu estava pegando estrada."

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A partir daí, Mc Carol conquistou os palcos, lançou hits, percorreu o Brasil. Em suas letras, passou a retratar as realidades periféricas, a luta das mulheres e a falar abertamente
de sexualidade.

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"Foi bem ruim no começo. Era uma equipe de homens mais velhos e eu não tinha voz.
Mas alguma coisa dentro de mim falava que tudo ia ficar bem. Eu persisti e acredito que o funk salvou minha vida."

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Sua música virou referência em universidades por todo o país, o que a levou a palestrar na Brown University, nos EUA. Também fez shows no Reino Unido e na Alemanha, além de festivais como Lollapalooza e Rock in Rio.

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Em 2016, ela lançou seu álbum de estreia, Bandida. Com canções autorais, ela tratou de temas sociais com intensidade, como nas músicas "100% Feminista"
"Não foi Cabral".

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"Eu acredito que todo mundo tem duas personalidades.
Na vida particular,
eu sou muito calma, muito tranquila, totalmente diferente do palco, xingando, evocando a Carol bandida."

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Em 2018, foi candidata
a deputada estadual, mas  não foi eleita. Ela diz que não pretende voltar a tentar a carreira política.

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"O que me motivou foi essa coisa jovem, de querer lutar por um mundo melhor, mas foi a pior experiência que eu tive. Fui muito perseguida e atacada.
Tem que estar preparada para enfrentar esse universo de pessoas racistas, machistas."

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No começo de 2021, a vivência de ser uma mulher gorda, preta e funkeira, que questiona padrões estéticos, foi traduzida na música “Levanta mina”, uma das faixas de seu aguardado segundo disco, Borogodó.


Reunindo influencers e anônimas, o vídeo é uma ode à pluralidade da beleza das mulheres.

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“É uma música
pra me ajudar nos dias difíceis porque, por mais que
eu me ame, não há autoestima que aguente você não encontrar uma base no seu tom de pele, uma roupa do seu tamanho, não se
ver na TV".

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Junto com o lançamento do clipe, Carol foi capa da ELLE View de janeiro e quebrou a internet
com um ensaio poderoso.

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"É muito difícil manter esse amor quando você não é chamada pra nada, quando você não vê representatividade em lugares em que se pauta a beleza.
E aí eu fui chamada pra ser capa de uma revista de moda e beleza. Fiquei muito feliz e emocionada!"

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Leia a entrevista completa com
Mc Carol aqui