de garra

Mulheres

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Série Peace peace now now traz
a história de latino-americanas
que resistem à violência.

Por: Mariane Morisawa
Fotos: Divulgação

Peace peace now now, que estreia
em 23.11 na plataforma
de streaming Star+, traz a luta
de mulheres latino-americanas
para sobreviver à guerra,
à violência e ao abuso sexual,
em quatro países diferentes.

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No primeiro episódio, a escocesa
Shirley Manson, vocalista do
Garbage, vai ao Chile conhecer
mulheres que lutam desde os anos
1970 para saber o que houve com
seus maridos, sequestrados pela
ditadura de Augusto Pinochet. 

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Mireya Rivera, Marta Rocco e Mónica
Pilquil são do Grupo de Familiares
de Detentos Desaparecidos. Cerca
de 1,2 mil pessoas sumiram durante
o brutal regime de Pinochet (1973-
1990). A suspeita é que muitas
tenham sido jogadas no oceano.

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Uma das táticas para chamar a
atenção para o problema foi usar
uma dança tradicional, a cueca,
normalmente feita em casal, cada
um com um lenço na mão.
As mulheres passaram a fazer os passos
sozinhas, simbolizando a ausência.

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“Não posso baixar a mão. Devo a ele, à
minha família, à minha comunidade,
ao meu país, à juventude”, diz Mónica.
Em setembro, o novo presidente do
Chile, Gabriel Boric, afirmou que vai
começar a procurar os corpos.

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No episódio seguinte, a atriz chilena
Daniela Vega (Uma mulher fantástica,
2017)
vai à Cidade das Mulheres,
na Colômbia, onde vivem pessoas
deslocadas pela violência da guerra
civil, que envolve de paramilitares
de direita a grupos de criminosos. 

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O conflito já deixou cerca de 250 mil
mortos e estimados 7 milhões de
vítimas de estupros, sequestros e de
exílio dentro e fora do país. Um grupo
de mulheres fugiu para as montanhas
e construiu quase 100 casas.

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“Ser mulher é a melhor coisa do
mundo. Você aprende a ser sensível,
forte, guerreira. A lutar todos os dias.
A se levantar com um sorriso, mesmo
sabendo que há muitos problemas”,
diz Nayeles González, uma das
entrevistadas do episódio.

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Já a atriz mexicana Yalitza Aparicio
(Roma, 2018) viaja à Guatemala, no
terceiro episódio, para encontrar um
grupo de mulheres do povo originário
quekchí, conhecidas como Avós de
Sepur Zarco, vítimas de abuso sexual
e escravização na guerra civil.

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“Há muitas mulheres que têm medo
de falar. Só nós 14 (do povoado) nos
levantamos e falamos”, diz Margarita
Chub, uma das responsáveis por
testemunhar contra os militares
culpados dos crimes, que
acabaram condenados.

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No quarto e último episódio,
Ester Expósito (da série Elite)
entrevista a jornalista Lydia Cacho,
que foi sequestrada e torturada
por denunciar uma rede de pedofilia
e tráfico sexual no México, em 2005,
e hoje vive exilada na Espanha.

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“As mulheres me salvaram,
já que tinham preparado tudo
para eu ser estuprada na cela.
Mais tarde entendi que sempre há
uma mulher para ajudar. Então não
deixei de sentir medo, mas ele
se tornou coletivo”, diz Lydia.

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