ELBAZ

ALBER

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O LEGADO DE

Por: Lelê Santhana e Gabriel Monteiro
Fotos: Getty Images e Divulgação

No domingo, 25.04, a moda amanheceu com a triste notícia da morte do estilista Alber Elbaz devido à Covid 19. Ele tinha 59 anos, foi responsável por revitalizar a Lanvin e havia lançado há pouco sua marca própria, a AZ Factory.

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Alber nasceu em Casablanca, no Marrocos, em 1961, porém se mudou para Israel ainda criança. Foi lá que começou a se interessar por moda. Desenhava todos os dias o que sua professora vestia.

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O estilista se formou em moda na Shenkar College of Engineering and Design, em Israel, e logo se mudou para Nova York. Em 1989, foi apresentado ao costureiro Geoffrey Beene, com quem trabalhou por sete anos.

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Sua história mudou de rumo
 quando recebeu uma oferta de Yves Saint Laurent, que o contratou para assumir a Rive Gauche, linha de prêt-à-porter feminina da casa.

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Um ano depois de chegar a Rive Gauche, Alber já estava de saída. A marca foi comprada pelo Gucci Group (hoje grupo Kering) e, em busca de novos ares, Tom Ford foi colocado no lugar do estilista.

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Alber ganhou um novo capítulo em sua história quando recebeu uma ligação de Shaw-Lan Wang. Em 2001, ela adquiriu a Lanvin da L'Oréal e, em busca de um novo momento para a etiqueta, contratou Alber Elbaz como diretor criativo.

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Sob a direção de Alber, a Lanvin voltou aos holofotes. Ele colocou nas passarelas todos os códigos mais marcantes de Jeanne Lanvin, da clássica silhueta proposta pela estilista até os seus vestidos mais icônicos.

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Em 2007, Alber foi eleito um dos cem nomes mais influentes da moda pela revista Time. Mais do que lançar tendências ou causar frisson, ele desejava construir um trabalho de valor a longo praz. E foi o que fez.

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14 anos depois de sua chegada na Lanvin, Alber foi demitido em 2015. Em seu comunicado, o estilista deixou claro que a decisão não foi pessoal, mas sim da acionista majoritária da empresa, ou seja, Madame Wang.

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A saída repentina pegou todo mundo de surpresa, inclusive os próprios funcionários da Lanvin. A equipe da marca chegou a exigir uma reunião com Wang para solicitar o retorno de Alber, mas esse encontro nunca aconteceu.

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Apesar da comoção, não teve volta e, desde então, Alber se manteve afastado dos holofotes, fazendo poucos posts nas mídias sociais, pequenas participações em eventos e consultorias para algumas marcas, como a Tod's.

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Em novembro de 2020, contudo, Alber comunicou oficialmente seu retorno à moda. Agora, à frente da própria marca, a AZ Factory, um empreendimento em parceria com o grupo Richemont, lançado em janeiro.

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A estreia se deu por meio do curta-metragem The Show Fashion, de pouco mais de 25 minutos, uma mistura de fashion film, entrevista com o criador e documentário técnico, exibido durante a semana de alta-costura.

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O objetivo não era criar mil e uma coleções, as chamadas cápsulas ou pílulas. "Isso me lembra antibióticos", brincou o estilista à época. A ideia era fazer histórias, criar projetos e roupas que fizessem sentido para o mundo e para o agora.

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O ponto de partida veio do Little black dress, o mais icônico e clássico dos vestidos. A solução para o seu desenvolvimento, no entanto, saiu de um dos lugares mais tecnológicos do mundo, o Vale do Silício, na Califórnia.

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"Decidi ser engenheiro e não estilista, construir um tecido que abrace a mulher, um vestido anatômico que funcione para todos os corpos, que proporcione a sensação de algo exclusivo", disse Alber.

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Toda essa tecnologia atende do XXS ao XXXXL, para que "não seja necessário uma mulher buscar a sua roupa no departamento infantil ou que ao menos consiga achá-la no seu tamanho", nas palavras de Alber.

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"Quero cada vez menos ver o vestido, e cada vez mais ver a mulher que o usa", explicou o estilista sobre sua motivação para lançar a AZ Factory (e também sobre seu processo criativo como um todo).

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Mais do que um simples retorno, Alber mostrou para todo mundo como um reset geral é não só bem-vindo como necessário. Com simpatia, carisma e genialidade únicas, o estilista fará falta.

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