Como nossos gostos foram influenciados pelas redes sociais

Clara Novais

Rosto de Instagram, casa de Pinterest, Vsco girl, estética Tumblr, dancinhas de TikTok, programas de TV tuitáveis… Neste mês, em que o Instagram celebra a sua primeira década, relembramos momentos marcantes que influenciaram nossos posts e preferências não apenas online, mas também na vida fora das redes.

6 de outubro de 2010. Foi nesse dia que o Instagram se apresentou ao mundo e conquistou os seus primeiros 25 mil usuários. O que começou como um aplicativo exclusivo para iOS rapidamente se tornou uma das redes sociais mais populares do planeta e que, atualmente, conta com cerca de 1 bilhão de usuários ativos por mês.

Ao “escrolar” pelo feed e comparar a forma como usávamos a rede social, a sensação que temos é de uma viagem no tempo. Não só porque as postagens são apresentadas com datas regressivas, fazendo o dono do perfil rejuvenescer foto a foto, em uma pegada Benjamin Button, mas por trazer à memória tendências que permearam a vida de diversas pessoas ao redor do mundo, se destacando em certos períodos e, geralmente, desaparecendo pouco tempo depois.

Foto quadrada com filtro, #lookdodia, #nofilter, vídeos curtinhos, vídeos longos, desafios de dança. Conectados pelo Instagram e por outras redes sociais, fomos nos tornando cada vez mais uma comunidade global. E, por mais que a vida de uma menina de 22 anos que cresceu no interior de Minas Gerais seja, por diversas razões, diferente da de um homem de 46 anos nascido em Londres, a forma como eles compartilham as suas rotinas e seus interesses com o mundo acaba sendo muito parecida. Isso tanto pela limitação, pouco a pouco ampliada, dos formatos permitidos pelas redes sociais quanto pelas modinhas que percorrem o mundo a partir de poucos cliques ou toques na tela.

Preparamos uma linha do tempo com alguns marcos das redes sociais que mais influenciaram a nossa forma de se comunicar e os nossos interesses pessoais na última década. Afinal, apesar de tão diferentes, é bem provável que tanto a nossa mineira fictícia de 22 anos quanto o britânico de 46 anos tenham compartilhado alguns desses gostos entre si e com o resto do mundo.

2010
<

Oi, meninas!

Camila Coelho, Alice Salazar, Nina Secrets… Atualmente, esses são nomes gigantes quando o assunto é produção de conteúdo de beleza (e moda, no caso de Camila) para a internet, mas em 2010 elas ainda davam os seus primeiros passos ao criar seus canais no YouTube e publicar seus primeiros vídeos. Junto com blogueiras como Vic Ceridono e Julia Petit, que já eram conhecidas dentro e fora da plataforma, elas foram precursoras dos tutoriais de maquiagem no país, alavancaram marcas e influenciaram toda uma geração de meninas e meninos que hoje compartilham suas dicas na internet.

#tudoeraescritoemhashtagsmuitolongas

Foi no Twitter que as hashtags entraram oficialmente em vigor pela primeira vez como uma forma de indexar tópicos de discussões. A prática surgiu de maneira orgânica, até, em 2009, o microblog torná-la oficial, transformando os termos iniciados por # em hiperlinks. Esse foi só o começo de uma enxurrada de hashtags não só nas redes sociais mas também na vida real, quase como uma nova linguagem. Mesmo sem a possibilidade de indexação, até hoje é comum ver hashtags em camisetas, outdoors, cartazes e outras mídias físicas levando a sensação de que tem muito mais para ver sobre aquele tema em outros lugares.

Olá, Instagram

Atualmente repleto de funcionalidades, o Instagram surgiu com uma proposta simples: compartilhar fotos quadradas com filtros que simulavam o estilo dos filmes de câmeras instantâneas, como a Polaroid. As curtidas (com o ícone de coraçãozinho) e comentários já existiam, bem como marcar amigos na legenda usando o nome do perfil acompanhado por @ no início.

Não oficialmente, os filtros eram uma maneira de disfarçar a baixa qualidade das câmeras de celular, deixando-as mais charmosas com a aparência retrô. Early Bird, Nashville, Valencia e Lomo-fi eram alguns dos mais usados. E se hoje a estética deles parece cafona, na época muita gente sonhava em ter um iPhone só para poder personalizar suas fotos dessa maneira, já que o aplicativo era uma exclusividade dos aparelhos com iOS. Nos anos seguintes, filtros mais suaves foram substituindo os antigos rebuscados, transformando-os em “relíquias”.

2011
<

Estilo Tumblr

O Tumblr bate 10 bilhões de posts exclusivos (sem contar reblog) e comemora com chuva de confetes no painel inicial, mais conhecido como “dashboard” por quem tem perfil na plataforma. Nessa época, muitos adolescentes usavam o Tumblr para publicar desabafos profundos, reunir imagens aspiracionais, frases emotivas e colecionar cenas marcantes de filmes e séries. O “estilo Tumblr” influenciou roupas, poses, cortes de cabelo, decoração de quartos, canecas, capinhas de celulares, fundos de tela, almofadas e por aí vai…

2012
<

#LookDoDia

O Instagram inclui hashtags nas legendas para a alegria das fashionistas, que agora podiam compartilhar seus looks e buscar referências com muito mais facilidade dentro da plataforma usando #lookdodia, #ootd (sigla para “outfit of the day”) e suas variações. Prato cheio para as blogueiras de moda (termo que seria substituído mais tarde por influenciadoras) se destacarem ainda mais e começarem a pensar nas roupas do dia a dia como uma forma de ganhar likes na rede social.

Kim Kardashian entra no Instagram

2013
<

“THEN DO THE HARLEM SHAKE!”

Só de ler essa frase, dá vontade de sair chacoalhando o corpo todo, igual a um bonecão do posto, não é verdade? Um vídeo publicado pelo vlogger (como eram chamados os youtubers nessa época) Filthy Frank, no qual ele aparece com três amigos usando fantasias aleatórias enquanto dançam a música Harlem Shake, do DJ Baauer, fez o mundo inteiro sacudir.

Virou quase um campeonato mundial de quem produziria o vídeo mais maluco seguindo essa ideia nonsense. E foi recriada por milhões de pessoas e marcas, mais ou menos como um desafio, coisa comum atualmente no TikTok.

Comida instragramável

Uma modinha passou a tirar chefs de cozinha do sério: pessoas fazendo fotos dos pratos de comida para postar no Instagram. Era até engraçado ver os malabarismos que eram feitos para conseguir o melhor ângulo no restaurante. Alguns estabelecimentos, fora do Brasil, chegaram a proibir que os clientes fotografassem a comida servida. Não adiantou. O hábito permanece até hoje e muitos espaços passaram até a investir em pratos “instagramáveis” para atrair mais público, além de termos visto a popularização de certos pratos, como as torradas de avocado, os bowls de frutas e lattes com todos os tipos de desenhos.

2014
<

Quantas fotos do céu são possíveis?

Após uma longa hegemonia das imagens carregadas de filtro no feed do Instagram, começa a onda do #nofilter, com fotos com pouca ou nenhuma edição tomando conta da rede social. Foi também nesse ano que o Instagram lançou sua função de edição de fotos, possibilitando aos usuários alterar contraste, saturação, nitidez e afins das imagens publicadas. Nessa época, a qualidade das câmeras de celular já havia melhorado bastante, e ver um pôr do sol sem fotografá-lo e postá-lo passou a ser quase um pecado.

A vida antes do TikTok

Quem se lembra do Vine? Foi ele o propulsor dos vídeos rápidos, cheios de humor e transições, que vêm bombando cada dia mais (atualmente no TikTok e no Reels). O aplicativo permitia publicações de até seis segundos, a maioria gravada em trechos ainda mais curtinhos, criando uma espécie de stop motion de fragmentos de vídeo. Produtores de conteúdo grandes, como Lucas Rangel, Maju Trindade e Camila Loures, ganharam relevância graças a ele.

Em menos de 50 minutos, esta selfie publicada por Ellen Degeneres no Twitter durante a cerimônia do Oscar superou um milhão de retweets, se tornando a foto com mais compartilhamentos da história da rede social – posto que segurou até 2017.

2015
<

Nem foto nem vídeo

O Instagram lança o Boomerang e cria um novo formato de imagem animada. Em pouco tempo, algumas produções audiovisuais passam também a incluir esse estilo de movimento vai e volta como um recurso imagético.

DIY

Em 2015, a palavra “carpintaria” dominou o Pinterest. Se você não tentou fazer o seu próprio sofá de pallet, provavelmente se sentou em algum, nos inúmeros estabelecimentos que se inspiravam na “estética Pinterest”.

Muito além dos nudes

Em janeiro de 2015, o Snapchat introduziu os filtros de realidade aumentada – o que ainda era inédito nas redes sociais mais populares – e, aos poucos, a internet foi sendo tomada por imagens de pessoas com orelhas e língua de cachorro, coroa de flores e vomitando arco-íris.

Em uma época em que a internet estava recheada de fotos eternizando momentos, o Snapchat chegou, em 2011, com a proposta de compartilhar conteúdos com duração de até dez segundos, que eram destruídos em até 24 horas após a sua publicação. Isso fez com que, inicialmente, ele fosse utilizado principalmente para o compartilhamento de nudes e outras ações consideradas polêmicas, mas logo se tornou um lugar onde os adolescentes se sentiam confortáveis para dividir qualquer bobagem sem grandes pretensões ou planejamento.

Em 2015, Thaynara OG se torna a primeira influencer nativa do aplicativo no Brasil ao criar quadros engraçados e narrativas diversas dominando as ferramentas que ele oferecia. Seus snaps somavam cerca de 90 milhões de visualizações por dia e muitos famosos começaram a se aproximar da então estudante de direito com o objetivo de chamar a atenção do público que crescia na rede social com o logo de fantasminha.

Vai uma live aí?

O Twitter lança o Periscope, iniciando uma febre de transmissões ao vivo pela internet, as chamadas “lives”. Foi um boom imediato, com 200 milhões de transmissões no primeiro ano. No entanto, ele logo foi sufocado pelo Facebook, que lançou a sua ferramenta Live no mesmo ano, e com um diferencial: enquanto as transmissões do Periscope desapareciam após 24 horas, as do concorrente se mantinham disponíveis por tempo indeterminado. Em pouco tempo, quase todas as redes sociais tinham as suas versões de Live (quem poderia imaginar que cinco anos depois elas dominariam nossos feeds ainda mais intensamente por causa da quarentena?).

4,4 milhões de Tweets foram disparados ao redor do mundo entre 26 e 27 de fevereiro deste ano em um debate acalorado sobre as cores reais deste vestido: #pretoeazul ou #brancoedourado. A postagem original foi feita no Tumblr.

Drops de receitas

Vídeos rápidos de receitas que não precisam de legenda ou narração. Foi com essa proposta que a Tasty, página de Facebook criada pelo Buzzfeed, transformou a forma de consumir conteúdo culinário no mundo todo. O autoplay dos vídeos dentro da plataforma, os ingredientes coloridos e fotogênicos e a imagem que dispensa áudio fizeram todo mundo ficar vidrado nas receitinhas práticas, assistir dezenas de uma vez e, na maioria das vezes, não fazer nenhuma.

2016
<

O like não é tudo

O Facebook estabeleceu uma nova forma de comunicação ao criar o botão “curtir”. O conceito original é de uma rede social chamada FriendFeed, que tinha desde 2007 um hyperlink com esse nome para que seus usuários demonstrassem apreço pelas publicações dos amigos de um jeito rápido. Após comprar o concorrente em 2009, a rede social de Mark Zuckerberg incrementou a funcionalidade ao incluir o ícone do “joinha” e, pouco a pouco, outras redes sociais foram criando os seus símbolos para representar as “curtidas”, mas sempre usando esse termo, que também ficou famoso no mundo offline.

Com o tempo, o simples ato de curtir foi ganhando outros significados, como ironia ou solidariedade. Em 2016, então, o Facebook decidiu incluir cinco novas reações. Os botões “amei”, “haha”, “uau”, “triste” e “grr” chegaram para deixar ainda mais clara essa comunicação ágil e prática. Afinal, era desconfortável curtir assuntos como o anúncio da morte de alguém, mas parecia ainda pior ignorar, certo?

O rosto de Instagram

Sobrancelhas arqueadas e bem delineadas, nariz pequeno, maçãs do rosto saltadas e, claro, lábios bem carnudos. Quantas mulheres você conhece que são assim? Ou melhor, quantas mulheres você conhece que ficaram assim nos últimos anos? O já cunhado “rosto de Instagram” se tornou um padrão de beleza desejado por muitas e conquistado por várias, com procedimentos estéticos não cirúrgicos se popularizando no mundo todo.

A principal influência fica completamente óbvia ao darmos um pulo em 2016, quando Kim Kardashian era considerada a rainha da selfies e sua irmã caçula, Kylie Jenner, via seus lip kits se esgotarem minutos após o lançamento, na sua recém-criada marca Kylie Cosmetics. Todo mundo queria se parecer com elas em alguma medida, tendo como principal objetivo sair bem nas fotos.

Nesse ano, a busca por procedimentos estéticos não cirúrgicos aumentou 390% no Brasil, de acordo com o Censo de 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com o preenchimento labial liderando. No ano seguinte, um estudo da Academia Americana de Cirurgiões Plásticos revelou que 55% das pessoas que fizeram rinoplastias tinham o desejo de sair melhor em selfies. Sobrancelhas preenchidas sem nenhum fiozinho saindo do lugar definitivamente dominaram o Instagram e a forma como nos enxergamos pela câmera frontal do celular nunca mais foi a mesma.

Stories para todos

Após diversas tentativas de compra negadas pelo Snapchat, o Instagram lança Stories para competir diretamente com o app queridinho dos adolescentes naquele momento. Anos depois, esse formato seria adotado por YouTube, Facebook, Twitter e até Whatsapp.

O Brasil exportou um de seus meses mais conhecidos para o mundo: a Nazaré confusa

2017
<

Os dez lugares mais "instagramados" de 2017


1. Disneyland, Anaheim, EUA
2. Times Square, New York, EUA
3. Central Park, New York, EUA
4. Torre Eiffel, Paris, França
5. Tokyo Disney Resort, Tóquio, Japão
6. Disney’s Magic Kingdom, Orlando, EUA
7. Musée du Louvre, Paris, França
8. Brooklyn Bridge, Brooklyn, EUA
9. Disney California Adventure Park, Anaheim, EUA
10. Las Vegas Strip, Las Vegas, EUA

Comunidades de air fryer

Comidas fritas e saborosas sem usar óleo. Essa promessa maravilhosa das fritadeiras que usam ar quente para preparar batata frita crocante e outros quitutes deliciosos de um jeito mais saudável fez com que os pins de “air fryer” crescessem em 1.809%, em 2017, e grupos no Facebook para compartilhar receitas ao redor dessa novidade se construíssem. Outro assunto gastronômico que bombou no Pinterest nessa época foram os temperos marroquinos, com o aumento de 2.579% de pins de “marroquino”.

2018
<

Um mundo vertical

Vídeos de mais de um minuto no Instagram. O que parece algo óbvio nos dias de hoje foi um bafafá há dois anos. Até então, a plataforma permitia apenas vídeos de até 60 segundos no feed e sequências longas de Stories. O IGTV chegou revolucionando por, inicialmente, permitir somente vídeos na vertical – formato que até então era exclusivo de aplicativos de vídeos curtos e temporários.

Os produtores de conteúdo ficaram loucos com a necessidade de adaptar os seus vídeos ao quadro 9:16, mas aos poucos foram percebendo que se comunicar com o público por um vídeo longo no Instagram é diferente de fazer a mesma coisa no YouTube e tudo foi se encaixando. É verdade que, como aplicativo independente integrado ao Instagram, o IGTV não foi um sucesso – em dois anos foram apenas 7 milhões de downloads –, mas certamente a chance de publicar vídeos de até uma hora aumentou (e muito) as possibilidades de quem produz conteúdo para a rede.

Mais de meio bilhão de Gifs foram compartilhados no Twitter em 2018. Isso dá uma média de 1,6 milhão de Gifs publicados por dia ou mais de mil por minuto. É muita imagem animada ajudando as pessoas a se expressarem para além dos 280 caracteres!

2019
<

Prazer, TikTok

Criado em 2014 na China, o TikTok ganhou o nome atual quando foi comprado pela também chinesa Bytedance Technology, em 2017. Antes ele se chamava Musical.ly e já fazia certo sucesso entre os adolescentes com seus vídeos curtos, de 15 a 60 segundos, e possibilidade de edição com faixas de música, opções de velocidade e filtros predefinidos. Porém foi em 2019 que aconteceu a sua explosão no Brasil, com 300% de crescimento. O desafio #IUsedToBeSoBeautiful, com a música Absolute Anything, da banda CG5, foi um dos sucessos do ano, abrindo espaço para os muitos vídeos de troca de look com transição com cara de mágica que fazem sucesso atualmente.

Rosto de Instagram express

Os filtros de realidade aumentada, que já vinham sendo usados de forma lúdica havia alguns anos, tomaram conta de vez dos Stories após o Facebook permitir que qualquer pessoa crie o seu próprio no aplicativo Spark AR Studio. Tem sido cada vez mais raro ver alguém de cara lavada, sem nenhum ajuste de cor ou maquiagem virtual, nesse formato de vídeos “espontâneos” que somem em até 24 horas. Agora, mesmo quem nunca passou por nenhum procedimento estético consegue conquistar o desejado “rosto de Instagram” (volte até 2016 para saber mais) de maneira imediata e provisória.

O auge e o fim dos likes no Instagram

E a foto mais curtida do Instagram é… um ovo! A conta @world_egg_record foi criada com o objetivo de desbancar Kylie Jenner, caçula das Kardashian, e seus 18 milhões de likes conquistados na primeira foto publicada da sua filha Stormi. Demorou uma semana para que o recorde fosse batido. Atualmente, o ovo tem quase 55 milhões de curtidas. As fotos que já ocuparam essa posição foram: o casamento de Kim Kardashian e Kanye West (que na época precisou de apenas 1,9 milhão de likes para conseguir o feito), Kendall Jenner deitada com seu cabelo formando corações, um beijo de Selena Gomez e Justin Bieber, Selena Gomez bebendo uma Coca-Cola e o anúncio de gravidez de Beyoncé. Ironicamente, foi nesse mesmo ano que a rede social anunciou que passaria a ocultar a quantidade de likes, em meio a uma grande discussão do impacto dessa métrica na autoestima e saúde mental de seus usuários.

VSCO Girls

E chegamos à era em que subculturas carregam o nome de aplicativos... VSCO, originalmente, é um editor de imagem muito usado por quem gosta de dar uma cara vintage às fotos sem perder qualidade, mas que em 2019 se tornou um estilo de vida.

As VSCO Girls adoram usar blusas e moletons largos, tênis Vans ou All Star, sandália Birkenstocks, muitas pulseirinhas artesanais, choker de conchas e cabelo bem longo ou preso em um messy bun (usando scrunchie, de preferência). Tudo isso sem pesar no make – no máximo um lip balm, tint nas bochechas e um pouco de máscaras de cílios.

É um estilo bem despojado, quase praiano, que se tornou cool entre as adolescentes. As preocupações ambientais também são um ponto alto, por isso elas desfilam sempre com suas garrafinhas e canudos de alumínio, além de muitas serem veganas ou vegetarianas.

2020
<

Mutirão de votação

Assistir na televisão e usar o Twitter como segunda tela para comentar os acontecimentos virou padrão para muita gente. O Masterchef é um bom exemplo de popularidade aumentada por causa da rede social. Mas há tempos um programa de TV não unia o país como a edição 20 do Big Brother Brasil. É quase uma missão impossível conhecer alguém que não assistiu, ou melhor, não tuitou sobre o reality show número 1 da TV Globo. Se todos os anos o programa é destaque entre os assuntos mais comentados do Twitter, em 2020 ele bateu recorde. Foram mais de 271,4 milhões de tuítes sobre o #BBB20 globalmente, o que equivale a mais de dez vezes o número de posts sobre o #BBB19.

Apartamento, festa, receita e drinques de Pinterest

O Pinterest também completa uma década em 2020! E, como presente, teve seu maior nível histórico de engajamento. As pesquisas aumentaram quase 60% e o número de pastas salvas cresceu 40% em relação ao mesmo período do ano passado. Só no Brasil, as pesquisas aumentaram 79% e o número de pastas criadas cresceu 62%. O motivo foi a pandemia, mas é inegável a influência do Pinterest, com sua curadoria caprichada de imagens feitas por seus usuários e a facilidade de criar boards de inspiração. Ao longo dos anos, ele influenciou e muito nossas preferências na hora de decorar a casa, preparar uma festa ou montar um look.

Carpintaria (2015)
Pisos geométricos (2016)
Plantas dentro de casa (2017)
Piso de madeira estilizado (2017)
Jardim vertical (2018)
Pintura geométrica na parede (2019)
Cortina de luzes (2020)
Parede de fotos (2020)

Dançar nunca mais será igual

Lançar single acompanhado só do clipe é coisa do passado graças ao TikTok. Agora, para hitar de verdade, é preciso criar um “challenge” (desafio) de dança. São 15 segundos de uma coreografia consideravelmente fácil – e com alguns movimentos de braço e perna já dominados por quem tem como passatempo ensaiar as chamadas “dancinhas do TikTok” para tentar conquistar seguidores no aplicativo chinês – que podem fazer toda a diferença no sucesso da música.

Os lançamentos mais recentes da cantora Anitta, por exemplo, vieram com essa aposta e deram certo. “Desce Pro Play”, parceria com MC Zaak e Tyga, foi a música mais ouvida no aplicativo no seu mês de lançamento, junho, e até o momento tem 1,6 milhão de vídeos feitos no mundo todo que a usam como trilha no TikTok. O sucesso também se replica no Spotify, com mais 73 milhões de reproduções, e no YouTube, com mais de 107 milhões de visualizações.

Mas talvez o fenômeno TikTok para a indústria fonográfica fique mais claro com a história do cantor MC Niack, de 17 anos. Até o início do ano, ele não havia lançado nenhuma música e, agora, graças ao TikTok, conquistou o topo da playlist Top 50 Brasil do Spotify duas vezes. Com seu segundo hit, “Oh, Juliana”, ele se tornou o primeiro brasileiro na lista mundial de singles Global 200 da Billboard – em julho e agosto, essa foi a música mais ouvida do aplicativo no Brasil.

Vem aí

O Instagram lança o Cenas como teste e, depois, oficializa o recurso com o nome de Reels, em uma tentativa de frear o crescimento do TikTok. Executivos do aplicativo afirmam que o Reels é a nova prioridade da rede, focando ainda mais em conteúdos rápidos e humorísticos.