????? kkkkk não curti #cancelada homens oq tenho a ver O AUGEEE KKKK hmmm ok kkk lá vem a fanfiqueira discordo mo old que *** o murro na desinformada e choca zero pessoas
OFF fariam??? old que *** e choca zero pessoas bomboclaat não curti #cancelada sco pra tu manaa jantou cedo hj hein para de biscoitar yag jantou cedo hj hein jurou né amada kkkk

No
Twitter,
Gosto
se discute
- a thread

E também política, religião, futebol, sexo, série, música, comida…
Quer entender como funciona a mais eclética das redes sociais? Siga o fio

Por Matheus Fernandes
ELLE
ELLE BRASIL @ellebrasil

Grandes líderes mundiais compartilham espaço com vídeos de cachorro e outros pets. Celebridades mostram seu lado mais estranho (alô, @kanyewest). Aclamação, bate-boca, cancelamento. Bem-vindo ao Twitter, o mais perto de um espaço público que temos na internet atual

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O Twitter é a plataforma que gerou o termo “doomscrolling”, ou seja, rolar o feed infinitamente, absorvendo as piores notícias e se sentindo mal, sem conseguir abandonar a telinha, em busca do próximo hit ou post engraçado

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Ele também é responsável por conceitos que se tornaram onipresentes na internet, como a #hashtag (antes mais conhecida como a tecla “jogo da velha” no teclado do telefone) e a @ como forma de menção

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Tudo começou em 2006, quando a rede foi fundada por Jack Dorsey (atual CEO), Noah Glass, Biz Stone e Evan Williams, criador do Blogger. Os quatro trabalhavam na Odeo, start-up dedicada ao podcasting, na qual o Twitter surgiu como projeto paralelo, ainda com o nome de “twttr”

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Nos primórdios, os tweets eram enviados e recebidos por SMS e a tela mais comum do site era uma baleia, que aparecia toda vez que o servidor ficava sobrecarregado (o que era bem frequente)

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Já nessa época usuários compartilhavam pensamentos sobre comida, sexo e epifanias movidas a álcool. Tudo em no máximo 140 caracteres. Este aqui já teria estourado o limite

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O primeiro boom de usuários veio em 2007, durante o festival SXSW. Em pouco tempo, as celebridades começaram a aderir – entre elas, nomes como Oprah Winfrey, Barack Obama e Ashton Kutcher, o primeiro a atingir a marca de 1 milhão de seguidores 🎉

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O limite de caracteres por tweet aumentou em 2017, mas continua restrito: são 280 toques, sem choro nem vela. Esse apreço pela concisão e a ausência de um botão de edição (errou, publicou, dançou) são algumas das particularidades mais notórias dessa rede, mas não são as únicas

vocês terão um botão de edição
quando todo mundo começar
a usar máscara

Perfil oficial do Twitter, no dia 20 de julho

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No Twitter, não há a lógica da amizade do Facebook: você pode seguir alguém sem ser seguido de volta, o que indica a função informacional da rede, destaca a pesquisadora Patrícia Rossini, do Departamento de Comunicação e Mídia da Universidade de Liverpool

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Mas talvez o mais importante diferencial do Twitter em relação às outras redes seja o fato de o usuário sofrer uma influência menor dos algoritmos, como aponta Raquel Recuero, professora da Universidade Federal de Pelotas

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Relembrando: em 2010 o Twitter começou a sugerir usuários a serem seguidos. Em 2013, vieram as notificações de tweets interessantes. Em 2016, a rede passou a exibir primeiro “os melhores tweets” na timeline do usuário. “Melhores”, claro, no entendimento dos algoritmos

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Essa mudança desagradou muita gente e, em 2018, o Twitter disponibilizou a opção da timeline na ordem cronológica, como era antes. Ou seja, os tweets de quem você segue podem ser exibidos conforme vão sendo postados, sem interferência dos algoritmos. Assim esperamos

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Não é a toa que a timeline vira aquela salada geral de política, sexo, comida, ativismo, meme, bichos etc. “A informação tende a circular de forma mais ampla no Twitter, e é isso que faz a ferramenta ser tão interessante para informação", diz a professora Raquel Recuero

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Em outros aspectos, no entanto, o Twitter é como outras redes. No fim das contas, o comportamento na plataforma é guiado pela busca por um capital social, que, como explica Raquel, é um recurso escasso

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No caso do Twitter, a moeda dessa economia são os retweets 🔁. “Eu repasso informações que julgo que terão mais relevância para a minha audiência e, em troca, tenho mais visibilidade e influência pela legitimação desse conteúdo”

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Essa é a lógica que está por trás de um dos grandes problemas da internet, a desinformação: “Um ator pode repassar conteúdo que não sabe se é verdadeiro simplesmente porque essa ação vai legitimar a sua presença e o alinhamento ideológico com a audiência”, aponta Raquel

Política
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O perfil público e de alta velocidade do Twitter logo se revelou uma poderosa ferramenta política. Primeiro, utilizada de forma orgânica, como no movimento Occupy e nos protestos no Brasil, de 2013. Depois, de forma mais institucional, como nas eleições de Trump e Bolsonaro

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Apesar de fazer tanto barulho, o Twitter tem números modestos comparados a outras redes. De acordo com o levantamento da plataforma de dados Statista ele está atrás não só do Facebook e do Instagram, mas até do Reddit e do Pinterest. Então, o que justifica essa influência?

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A pesquisadora Patricia Rossini aponta o motivo dessa relevância: “O uso majoritário é de uma elite formadora de opinião. Você tem políticos no Twitter falando coisas, enquanto jornalistas estão no Twitter tentando cobrir essas coisas”

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“Embora a gente tenha uma parcela ínfima da população brasileira nessa rede, se fala dela o tempo todo porque o Twitter aparece no Jornal Nacional, nas coberturas jornalísticas. É onde os políticos anunciam o que que estão fazendo, onde eles compram briga, gostam de lacrar”

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Raquel Recuero concorda: “O Twitter tem um valor significativo em termos de atores”. Além disso, ela destaca que nessa rede a informação circula um pouco mais rápido e de modo mais abrangente e acaba influenciando outras plataformas, como o Facebook

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Isso tudo acaba amplificando a sensação de que os acontecimentos mais importantes do mundo estão sendo discutidos no Twitter. Mesmo que a gritaria esteja partindo de um grupo bem restrito de pessoas

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De acordo com um levantamento divulgado em 2019 pelo Pew Research Center, 22% dos norte-americanos estão no Twitter. E apenas 10% desse total de usuários são responsáveis por 80% dos tweets publicados nos Estados Unidos

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Da pioneira campanha de Barack Obama em 2008 até hoje, esse uso político passou da tentativa de atingir novos eleitores (hoje feita pelos grupos no Whatsapp ou propagandas no Facebook) para algo que busca uma influência mais ampla na agenda pública

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“Do ponto de vista de estratégia de campanha, ele é uma plataforma mais relevante como meio para influenciar o debate público”, diz Patrícia. E é aí que ocorrem problemas como o uso de bots, as notícias falsas e a aposta na polarização como forma de guiar as conversas

FÃS
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Para além de políticos e jornalistas, o Twitter também é o lar dos fandoms. Dos aficionados por Restart e Luan Santana aos Arianators (Ariana Grande), ARMYs (BTS) e Directioners (One Direction), os fãs encontraram na rede um espaço para divulgar suas paixões

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Esses grupos foram pioneiros em táticas como combinar hashtags em grupos de conversa, botar a hashtag em todos os posts, evitar a detecção de spam e agir em conjunto, ou oposição, com outros grupos, para fazer de seu ídolo o assunto do momento

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Várias estratégias de visibilidade e participação que são usadas em campanhas políticas foram originalmente desenvolvidas por fãs apaixonados, explica Raquel Recuero. “Os fãs do Restart, desde 2010, 2011, já sabiam como subir hashtags no Twitter e chegar aos trending topics”

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E os próprios fãs também não se limitam a utilizar a força do grupo para aclamar seu artista favorito. “Veja hoje, por exemplo, o papel do BTS e das mobilizações de seus fãs em eventos políticos”, cita Raquel

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A trollagem que esvaziou comício de Trump em Oklahoma e doações milionárias angariadas para a causa antirracista foram alguns dos feitos recentes das mobilizações de fãs realizadas via Twitter e TikTok

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Outra estratégia de sucesso são as fancams. Esses clipes curtos, de edição rápida, pensados inicialmente para divulgar artistas, foram usados por grupos de fãs para derrubar um aplicativo antiprotestos da polícia norte-americana e sabotar tags de direita na rede

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Quer dizer: os estrategistas políticos estão de olho nos fãs, prontos para se apropriar de novas táticas criadas por eles. Mas os fãs também estão de olho na política, prontos para contra-atacar.

DISCURSO DE ÓDIO
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Como seus concorrentes, o Twitter tem um problema grave com o assédio e o discurso de ódio. A estrutura da rede favorece ataques coordenados contra jornalistas, políticos, pesquisadores e outras figuras públicas e anônimas, contribuindo para a toxicidade do site ☢️

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Um estudo de 2018 da Anistia Internacional mostra que esse abuso é direcionado: a cada 30 segundos uma mulher é alvo de tweets abusivos. Essa violência é ainda mais prevalente contra mulheres negras – a chance de virar alvo é 84% maior em relação a suas colegas brancas

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Para Patricia Rossini, as características que tornam o Twitter uma rede importante para difusão de informações em tempo real são as mesmas que tornam tão difícil controlar o mau uso da plataforma, como comportamento tóxico e abusos coordenados

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“É uma rede em que você não precisa necessariamente expor sua identidade, na qual é muito fácil ter contas automatizadas, que facilitam coordenar esse tipo de ataque”, diz Patrícia, que pesquisa a qualidade das conversas no site

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Para a antropóloga Fernanda K. Martins, coordenadora da área de desigualdades e identidades do InternetLab, as redes não só evidenciam violências existentes, como também atualizam a forma como elas ocorrem. “As redes e o anonimato permitem reinvenções da violência”

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E seria possível a plataforma ter o efeito oposto? Em vez de ser um espaço de violência, difundir conhecimento sobre esses grupos? Para Fernanda, sim. “Nós começamos a ter mais espaço para ouvir pessoas negras, LGBT+ e feministas” ✊🏿🏳️‍🌈♀️

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“A internet abriu espaço para que houvesse trocas de experiências entre os sujeitos. Isso pode ser observado quando pensamos em campanhas online, muitas vezes encabeçadas por páginas e coletivos, relacionadas à violência de gênero”, exemplifica Fernanda

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Em setembro, o Twitter se comprometeu publicamente, junto com o Facebook e o YouTube, a combater o discurso de ódio nas plataformas. Entre as ferramentas já implantadas para coibir a prática estão a possibilidade de limitar quem pode responder um tweet e de ocultar respostas

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O anúncio do compromisso veio na sequência de vários protestos, como os organizados pelo movimento Stop Hate for Profit, que cobram das redes medidas mais assertivas para banir os discursos de ódio e as fake news

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No Brasil, movimentos negros e a filósofa Djamila Ribeiro entraram com uma ação no Ministério Público contra o Twitter em que acusam a plataforma de lucrar com a exploração do racismo e da misoginia, uma vez que as polêmicas levam audiência à rede e a seus anunciantes

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A antropóloga Fernanda considera positivas as iniciativas recentes das redes de tentar coibir a disseminação do discurso de ódio, mas faz a ressalva de que ainda há muito a ser feito. “As tentativas ainda são bastante tímidas perto do tamanho do problema”

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Por enquanto, não há bot que desenrole esse emaranhado