Começando pela locação: uma usina de força, em uma antiga mina de carvão transformada em centro cultural, em Genk, Bélgica – mesma cidade em que Raf estudou design industrial antes de migrar para a moda. A coincidência não é à toa, tampouco o que significa, nas entrelinhas, um lugar que gerava eletricidade se transformar em um ambiente que promove outro tipo de energia: para a alma, para o ser e para o intelecto. Já se falou muito – ainda que nunca o suficiente – sobre como a cultura se tornou uma importante fonte de vida, resiliência, esperança e mais um tudo em tempos caóticos como os que vivemos. Pois bem.
Deixando a semiótica para lá, a trilha sonora também merece menção honrosa: Kraftwerk do começo ao fim, com destaque especial para “Radioactiviy”. A letra da música, lançada em 1975, fala que “a radioatividade está no ar, para você e para mim”. Qualquer semelhança com os riscos de respirar o mesmo ar ao lado de alguém não é mera coincidência.