(Sobre)viver de amor
Do romance aos assombros, poucos artistas cantam tão bem o amor quanto Duda Beat. No bate-papo a seguir, assim como na vida, ela não hesita em se deixar transbordar – e que sorte a nossa!
Por Bárbara Rossi
Fotos: Ivan Erick
Edição de moda: Lucas Boccalão
Ninguém morre de amor, dizem. Pelo menos, não literalmente. Viver dele, em todas as suas nuances, também é algo para poucos. Talvez porque, para isso, seja necessário senti-lo muito e permitir-se dar, vez ou outra, um mergulho no escuro. E isso é algo que Eduarda Bittencourt Simões faz com maestria. Aqui, sim, o sentido de viver de amor é quase literal, já que foi por causa de suas músicas sobre ele que Duda Beat ganhou o Brasil. O título “rainha da sofrência”, que recebeu graças a seus hits sobre romance e desilusão, não faz jus à amplitude da abordagem que ela tem sobre o tema.
Duda chegou oficialmente ao circuito musical em 2018 com o lançamento do álbum Sinto muito. A vida nos palcos, entretanto, nunca havia sido o objetivo da pernambucana, que por anos tentou entrar na faculdade de medicina e acabou cursando ciências políticas. Foram as dores do amor que a levaram a um retiro espiritual de meditação em que ela precisou ficar dez dias em silêncio. Ali, ela percebeu que seu lugar era, na verdade, aquele ocupado pelos homens por quem ela se apaixonava – gravando discos e fazendo shows. A persona Duda Beat nasce da necessidade de Eduarda de assumir seu lugar como protagonista.
A cantora logo conquistou tanto público quanto crítica com seus versos simples e gostosos, que tornam as dores de amar mais suportáveis para aqueles que, assim como ela, sentem demais. Gravar o álbum ainda deu a Duda um amor muito diferente daquele sobre o qual ela canta – Tomás Tróia, que, de amigo de adolescência a produtor musical, se tornou também seu companheiro de vida. Depois de três anos do sucesso do primeiro disco, Duda lança, em meio a um cenário pandêmico, Te amo lá fora. A estética colorida e romântica, que já se tornou marca registrada da cantora, abriu espaço para que um lado mais dark aparecesse – em que os encantos e os assombros do amor também podem contar o seu lado da história.
Agora, como personagem principal de um filme escrito e dirigido por ela mesma, Duda Beat estrela a capa da ELLE View. Na entrevista a seguir, em um relato sincero e divertido, ela declara amor à sua terra, Pernambuco, à sua música, à sua equipe, à moda e ao seu trabalho. Mas, principalmente, a ela mesma.
O pop brasileiro, enquanto gênero musical, nunca foi o ritmo mais forte da indústria fonográfica nacional. Hoje, no entanto, artistas como você estão mudando o cenário. Como é fazer parte desse movimento?
Olha, estar aqui, responder essa pergunta e fazer parte desse movimento do pop é uma alegria muito grande. Mas é um pouco difícil também. Eu misturo muito as minhas referências da minha terra com o pop. Então, as pessoas olham para isso com certa estranheza, né? No início, não me consideravam como pop, então eu precisei persistir na minha verdade. Mas eu sigo acreditando que posso ocupar todos esses lugares – do mainstream, das rádios e dos programas de TV. Eu fico muito feliz de você dizer que eu sou pop, que eu estou mesmo nesse movimento. Tenho o sonho de que novos artistas se inspirem em mim, nesse movimento de ser disruptivo, provocativo, de se arriscar mais na arte e na música. De não fazer as mesmas coisas, não seguir fórmulas, furar a bolha e conquistar o grande público. Foi o que eu fiz. Eu acreditei na minha verdade e fui! Acho que este é mesmo o meu maior sonho: ser fiel às minhas raízes, às coisas que eu acredito, e de fato inspirar outras pessoas a fazer o som que elas curtem e que as emocionam.
Os ritmos tradicionais do Brasil são marcas fundamentais da cultura local e delineiam regionalismos muito ricos, mas, em geral, não se expandem para o país como um todo. Como foi para você trazer ritmos tradicionais nordestinos para hinos pop?
Sou recifense e a minha formação musical é de lá. Então, trazer esses ritmos que fazem parte da minha vida, como o forró, o frevo, o maracatu, para dentro da minha música, e misturar com as referências do pop, é muito fácil. Colocar isso no mundo é o que eu acredito. É o que tem a ver comigo e com o meu som. Se você me perguntasse se eu faria algo diferente, eu diria que não, que faria tudo igualzinho. Sou apaixonada pelas minhas músicas.
Você sente algum preconceito?
É óbvio que rola. Eu já escutei de tudo – desde que eu forço sotaque para cantar, pelo fato de eu morar no Rio de Janeiro faz alguns anos, até que minha música não é popular, que não ia tocar na rádio. Mas eu sigo acreditando nas coisas que eu tenho para oferecer. Para mim, a música “Bixinho” é a maior prova de que nós, artistas, somos educadores e transformadores. Porque ela chegou a lugares gigantes e absurdos de forma tão orgânica, de trilha de novela ao BBB. O preconceito existe, mas a gente tá aí para educar e transformar.
Sua música tem todos os tipos de influência – do brega brasileiro ao pop estadunidense. O que dá o selo Duda Beat à sua sonoridade?
Eu acho que são as minhas referências da vida toda, de música e ritmos. São também as minhas composições, o que eu escrevo com meu coração. É sobre dividir minhas próprias vivências ali, nas músicas. É sobre o meu encontro com meus produtores, Lux e Tróia. O “eu te conheço de outra vida”, de “Bixinho”, se aplica diretamente a eles dois. A gente tem uma coisa muito forte na hora de fazer uma música. Realmente damos o nosso melhor.
Tudo na minha música é baseado na canção. Eu escrevo, letra e melodia, e aí nós harmonizamos e colocamos a roupa, que são os ritmos. Sempre levando a canção em consideração. E isso acaba indo para outros lugares da minha carreira. O visual serve à canção. O clipe segue a canção. É como se ela fosse o sol que inspira todo mundo e a mim. E ela me cura. Eu fico até emocionada de falar disso. Tô com o olho cheio de lágrimas agora. Mas vou respirar fundo. O que dá certo na minha música é mostrar minha verdade, gerar identificação, porque todo mundo já sofreu de amor, assim como eu. É a minha cura e que cura as pessoas também. Eu me emocionei porque é uma coisa muito forte e verdadeira. É parte de mim.
"O que dá certo na minha música é mostrar minha verdade, gerar identificação, porque todo mundo já sofreu de amor. É a minha cura e que cura as pessoas também."
Quem escreve sempre diz que é mais fácil escrever na dor. Mas parece que você está num momento muito bom de vida. Como é acessar essas memórias? Você ressignifica as coisas que aconteceram quando escreve?
Quando eu coloco no papel, eu sempre acabo me dando conta de que aquilo ali foi superado. Que o ciclo foi completo e que eu transformei aquilo em algo maior. Eu acho que esse é o maior valor da ressignificação. Quanto a colocar para fora, eu tenho duas situações diferentes, que são os meus dois discos. No Sinto muito, eu estava presente no sofrimento, por causa da proximidade de tempo e espaço. Quando escrevi, eu tinha a necessidade de me tornar protagonista da minha vida. Era uma época em que eu me sentia muito mais vulnerável e frágil, romantizando demais as coisas. Te amo lá fora tem uma atmosfera mais dark porque nele eu encaro os assombros que o amor traz. Você fica ansiosa para ver o outro, você chora na madrugada porque não tem a pessoa. Mas eu me sinto mais madura pelo simples fato de eu estar mais distante dessas coisas que aconteceram comigo.
Eu estava estudando para essa capa da ELLE, que vem com essa pegada mais dark, e assisti alguns filmes de terror e li algumas coisas sobre o assunto. Eu li algo superinteressante que falava sobre o papel da mulher nesses filmes. Porque, no início, elas eram mais figurantes. Apareciam vulneráveis, mais frágeis, normalmente morriam, não iam até o final. Eram as melhores amigas, não eram as protagonistas. Mas as coisas foram mudando. Em Pânico, por exemplo, tem a Sidney, que luta pelo seu espaço e acaba se tornando um ícone. Acho que isso faz um paralelo bem interessante entre esses meus dois discos. Porque, no primeiro, eu me vejo mais nesse lugar de não-protagonismo, tentando sobreviver, romantizada. No segundo, eu já me vejo protagonista, mais madura, focando a minha história e o que estou construindo. É como se, no primeiro disco, eu morresse, e no segundo, não mais. Acho que a escrita me cura nesse sentido também, de perceber como foi o desenvolver da história. No segundo álbum, tem até uma música de amor que eu escrevi para o Tomás, que é “Decisão de te amar”. Olha como eu tô empoderada! Eu decido amar.
"É como se, no primeiro disco, eu morresse, e no segundo, não mais."
O que em você pediu esse mergulho no lado mais sombrio?
A pergunta é muito boa porque, como eu falei, o distanciamento das situações que inspiraram o álbum me colocou em um lugar de “não morro mais”. Eu não falo de pandemia no disco, mas acho que esse momento melancólico, de tristeza generalizada, trouxe esse lado mais dark às canções. O último show que fiz foi no dia 7 de março, em João Pessoa. E, depois disso, a gente já tinha definido que tiraria uns dias de imersão para o novo disco. Aluguei uma casa no interior do Rio de Janeiro e fomos eu, meus produtores e algumas pessoas da banda. No meio do processo, descobrimos que o mundo estava vivendo uma pandemia. A gente já estava isolado e decidiu ficar dez dias a mais. Fomos recebendo as notícias e foi um filme de terror, né? Não tinha como o disco não se contaminar com essa atmosfera, ainda mais com tudo o que está acontecendo no nosso país. Não tinha como eu lançar um disco feliz. Isso foi muito forte dentro de mim. Além disso, eu continuei escrevendo a minha história. E os próximos passos dela ainda não eram felizes. O disco tem uma pitada de felicidade em “Decisão de te amar”. Ou em “50 meninas”, em que eu estou um pouco mais debochada. Mas ainda assim é tudo meio dark, meio estranho.
"Fomos recebendo as notícias e foi um filme de terror, né? Não tinha como o disco não se contaminar com essa atmosfera, ainda mais com tudo o que está acontecendo no nosso país."
O que mais inspirou a concepção do álbum Te amo lá fora?
O segundo momento depois de Sinto muito foi o que me inspirou. As minhas histórias, esses assombros que eu combatia, que o amor me trouxe. Toda essa melancolia que eu estava sentindo. Foi mais um passo para a libertação, talvez. No sentido de canção, de música mesmo, foi sobre trazer ainda mais elementos da minha origem. No primeiro disco, eu dou pitadas de Recife e, no segundo, dou um mergulho. Eu trago o maracatu com o coco. O pisero, que é uma célula do forró. Inclusive, o álbum tem dois feats incríveis, com dona Cila do Coco, um patrimônio de Pernambuco, e com Trevo da Bahia, que é um cara incrível e ainda vai crescer muito.
De onde veio o nome do disco?
Você falou sobre ressignificar as coisas e eu acredito nisso. Quando terminamos um relacionamento, às vezes saímos muito machucados. Mas a gente vive, troca e aprende coisas com a outra pessoa. O sentimento não acaba. Ele muda. Hoje em dia, eu olho para os meus ex e tenho um sentimento por eles. Eles me ensinaram muita coisa e eu ensinei muita coisa a eles. Mas acabou. Então, é um “eu te amo”, só que lá fora, distante de mim. Eu não preciso ter você do meu lado para te amar. Esse disco é sobre a maturidade do amor, olhar as histórias que eu vivi de forma diferente, em que eu consigo ter distanciamento e entender que tudo aquilo me transformou na pessoa que eu sou. Esse nome também faz parte da minha vida. Pouca gente sabe disso, mas meu pai era um cara que colecionava discos (e eu ouvia muito rock’n’roll com ele). Quando eu era pequenininha, amava as novelas da Thalia e meu pai me deu o disco dela de Natal. Eu era muito fã de Maria do bairro e Maria Mercedes. Eu acompanhava tudo que ela fazia e um dia ela foi no programa do Gugu. Uma hora, ele disse: “Thalia, no Brasil todo mundo te ama” e ela respondeu: “Te amo, Brasil!”. Depois, ele falou algo como “agora vamos pegar as câmeras lá de fora. Thalia, lá fora, todo mundo te ama” e ela respondeu “te amo, la fuera”. A gente ficou muito tempo pensando sobre o nome do disco, mas, quando me lembrei disso, eu sabia que o nome era esse. Não é um nome curto ou comercial, mas é o nome que resume tudo o que eu quero dizer com o disco. E não tinha como ser diferente.
Nos últimos clipes que você lançou, especialmente o “Meu pisêro”, me parece que você traz um lado mais obscuro do amor, até com algumas imagens que podem fazer referência a relacionamentos abusivos. Isso procede? Qual foi o ponto de partida para o clipe e para a concepção da música?
Esse clipe é dirigido pela Cris Streciwik e tem muitas influências de filmes de terror, como Poltergeist, O bebê de Rosemary e Suspiria. Ela e o Marcelo Jairosz, meu diretor criativo, trouxeram isso e eu achei tudo. Quando fiz essa música, eu não via essa estética do terror. O que prova que a arte tem mil interpretações, o que é incrível. Inclusive, pegando esse gancho do relacionamento abusivo, acho que, se existe essa interpretação, é porque isso está em nossas vidas. Como mulheres, esse é o nosso verdadeiro filme de terror. Vivemos nesse medo constante dos relacionamentos abusivos. Então, pode-se dizer que sim, isso está presente. A partir do momento que existe essa interpretação, é porque ela é verdade. Eu sinto que quando a arte chega ao lugar de fazer questionar e refletir, provocar e trazer esses assuntos à tona, é porque ela está cumprindo seu papel. E é muito importante que isso seja dito. Em “50 meninas”, eu digo “você usou e abusou de mim”, então o tema é muito presente no que eu escrevo. Esses assombros do amor são por isso também. Esse é o verdadeiro terror na vida das mulheres e a gente precisa falar sobre.
Conta um pouco sobre o clipe de “Nem um pouquinho”.
Ai, eu amo. Eu amo todas as minhas músicas, né? (risos) O clipe tem também a estética de terror, e os meninos da Alaska Filmes arrasaram. Quando eu mandei a música, eles me disseram que passaram dias ouvindo no repeat para criar tudo aquilo. Eles fizeram o roteiro, que foi praticamente inalterado, porque trouxeram a visão exata do que acontecia comigo: eu atrás dos boys que não valiam nada. Porque basicamente o clipe mostra eu me transformando em outras pessoas para chegar perto do cara que não presta. No final, eu me empodero, explodo o carro… É lindo esse final, né? Eu adoro. (risos) Tem outras inspirações. Além de “Thriller”, de Michael Jackson, tem a vibe cyberpunk, que é bem gostosa e futurista. Uma das cenas do clipe é do filme E.T., pelo qual eu sou apaixonada. Todos esses filmes de sessão da tarde, tipo Elvira, Beetlejuice, Família Adams, Jovens bruxas, esse terror light, sabe? Eu sou apaixonada pelos dois clipes e eles conversam muito entre si. E trouxemos essa coisa do encantado, que foi uma palavra que surgiu nas minhas reuniões com o Marcelo Jairosz e Leandro Porto, meu stylist. Pensamos: como a persona Duda Beat está nesse segundo disco? Ela está dark e encantada.
Você se tornou uma figura conhecida dentro do universo da moda – existe um estilo Duda Beat de se vestir. Você sempre se interessou pelo assunto? Como foi o processo de criar essa persona Duda Beat com base na moda?
Desde criança, eu sou apaixonada por moda. Quando minha mãe e minha irmã mais velha saíam de casa, eu botava os saltos delas, experimentava as roupas, passava todas as maquiagens e saía andando pela casa. Eu sempre fui uma criança que se amou muito. (risos) Eu sempre dizia “bora botar uma maquiagem, botar os saltos de mamãe, de mainha”. (risos) Não sei se é por eu ser libriana, mas o belo me fascina, o mundo das cores... Eu tive o prazer e a alegria de ter esse encontro lindo com o Leandro, meu stylist, que soube traduzir perfeitamente o que eu queria e o que minhas músicas diziam. A persona Duda Beat nasce da necessidade de ser protagonista e para mim era claro como esse protagonismo ia se dar. Eu senti um chamado interior para servir a essa persona. Foi mais dela do que de mim, na verdade. E eu me sinto bem assim, me sinto linda e maravilhosa com as roupas que uso, com o cabelo que eu tenho. Mas também nada impede que, daqui a três discos, eu queira estar de cabelo preto. Acho que é tudo para servir a essa persona, que está com tudo, né? (risos)
Você usa marcas grandes, estilistas independentes, diversos estilos e faz barulho na internet com seus looks. Você acompanha esse universo ou tudo vem do seu stylist? Como ele contribui para você entregar esses momentos poderosos de moda?
Eu acompanho tudo desse universo! O Leandro também vai pegando referências legais que tem a ver com o momento, tanto o de Te amo lá fora como o de Sinto muito. No primeiro disco, eu estou mais romântica, tudo mais bufante. No segundo, eu estou mais dark, com cores sóbrias e peças mais justas. Essa tradução da música pelo visual é muito bonita. A gente tem uma troca quase que diária, te confesso. Falamos o tempo todo no inbox do Instagram sobre coisas que eu gosto, coisas que ele acha que são legais, coisas que eu gostaria de ter. Tem umas coisas estranhas também. Tem de tudo! (risos) É uma troca muito fluida e bonita. Tem a coisa de apostar em designers brasileiros foda, que estão aqui, no país, fazendo roupa linda. Isso é superimportante pra gente. Se eu for fazer um show em Belo Horizonte, o estilista que vai fazer minha roupa vai ser de lá. Outra coisa é que eu topo tudo, né? (risos) Ele fala “bora?”, eu falo “bora!”. “Vamos fazer a foto na nave espacial?”, eu digo “vamo simbora, vai ficar tudo!”. A gente sempre fala sobre isso, que moda é para se divertir. É pra botar um negócio e se sentir bem. E dar risada. Tem que ter o toque de humor.
O cabelo platinado é outra marca registrada sua. Ele, por si só, já evoca a figura da diva pop. Como foi aderir a ele?
Eu já tinha sido platinada havia um tempão, com o cabelo bem curtinho. Depois, fiquei ruiva e voltei a ser morena, com o cabelo original de fábrica, bem grandão! Um mês antes de lançar o Sinto muito, eu disse para o Tomás: “Duda Beat é loira! Não é morena”. Foi uma necessidade que veio. Da mesma forma que às vezes minhas músicas simplesmente vêm – eu sento para compor, a letra vem e eu só escrevo. Inspiração mesmo! Com o cabelo foi assim. Eu acordei um dia e senti que Duda Beat era loira. Essa persona pedia isso. E eu me amo platinada. Acho que fico linda. (risos) A gente tem que se sentir bem, tem que estar feliz e confiante. Mas é como eu te disse: pode ser que daqui um tempo chegue a fase da morena, do cabelão ou do curtinho. Eu acho que é uma coisa que vem na inspiração.
As maquiagens que você usa também compõem um estilo específico. O que você mais gosta dentro do universo da beleza?
Também é uma relação de diversão! Eu estou com a Renata Brazil, minha maquiadora maravilhosa, desde o início. A gente se diverte muito com as maquiagens. Minha relação com ela é bem parecida com a que eu tenho com o Leandro, de trocar muitas referências. Ela me propõe as coisas e eu topo. “Vamos colar um negócio no olho?”, “bora!”. “Vamos agora fazer um olhão assim?”, “bora, vamos ver como é que fica”. Capas, discos e editoriais é a Re quem faz. Para shows, Camila de Alexandre, minha backing vocal maravilhosa, que também é maquiadora, faz as minhas makes. Mas às vezes eu faço. Hoje, por exemplo, fui eu que fiz! Algo básico. Sei me virar. A Renata me ensina bastante. Às vezes, quando estou sozinha, ligo para ela e falo “amiga, como eu faço meu cabelinho?”, e ela vai explicando. E eu tiro a foto toda bonita e mando para ela e ela diz “titia ensinou bem, hein?”. (risos) A gente se diverte à beça.
Compartilha alguns spoilers do que vem por aí?
Começaram os ensaios do show novo! Vamos ter músicas do disco antigo, claro, e músicas do disco novo. Estamos preparando algo muito especial. Imagina, dois anos sem cantar nos palcos! Então, vai ser uma volta emocionante não só para o público, mas para mim também. Nos próximos meses, vamos gravar os novos clipes. Sei que muita gente quer saber, então vou dar um spoiler aqui em primeira mão! (risos) Tá todo mundo confabulando, achando que “Tocar você” é o próximo single. O clipe dela também vai vir, mas não é o próximo. O próximo clipe vai ser de “Tu e eu”. E assim, o roteiro está… meu Deus do céu... Quem vai dirigir é um pernambucano arretado, que eu amo muito e que escreveu um roteiro lindo e emocionante. Eu quero celebrar essa música maravilhosa que é o abre-alas do meu disco, uma homenagem à minha terra, ao meu país Pernambuco. Com dona Cila do Coco que é assim, uma mulher incrível, um patrimônio de lá. Eu amo esse lugar e sou grata por tudo que ele me deu. Vem de lá a minha formação musical e isso é da maior importância. Além disso, nos próximos meses vamos ter muita coisa legal, e ainda tem feat pra sair!
Você contou para o Brasil todo o que você ama lá fora. Conta agora para a gente o que você ama aí dentro.
Eu amo meus amigos, minha família, meu trabalho, compor músicas e escrever. Ser uma artista que se posiciona, que tenta agregar algo à vida das pessoas. Transformar e ensinar alguma coisa através da minha arte. Esse é o maior significado de sucesso – não é número nem nada disso. É você transformar a vida de alguém. Eu amo ser o que eu sou e o que eu construí. E eu quero fazer muito ainda para as pessoas que me escutam, para os meus fãs. Eu amo o país em que a gente vive, apesar de ele estar nas mãos de pessoas que não o merecem. Aliás, vacinem-se, por favor! Só isso que eu posso pedir, para que a gente possa colocar esse show na rua. Não só o meu, mas de todos os artistas que estão aí loucos para celebrar a volta aos palcos. Ah, e eu tô muito feliz de ser capa da ELLE. Tô feliz demais mesmo! (risos) Era uma coisa que eu queria havia muito tempo. E as fotos, você não tá entendendo, são fotos icônicas! Era tudo o que eu queria.
Direção de criação: Luciano Schmitz
Styling: Leandro Porto
Beleza: Renata Brazil
Produção executiva: Isabela de Paula
Produção de arte e cenografia: Anderson Rodriguez
Manicure: Roberta Munis
Tratamento de imagem: Philipe Mortosa
Assistentes de foto: Gael Oliveira e Sidnei Brito
Assistentes de produção de moda: Carolina Albuquerque e Maria Antônia
Assistentes de beleza: Tainá Talzi e Juliana Coelho
Assistente de produção executiva: Carlos Henrique
Camareiras: Camila Barbosa e Aline Nascimento
Contrarregra: Ronaldo Junge